Um alerta foi divulgado pela Sespa (Secretaria de Estado de Saúde Pública), sobre os sinais e sintomas de hantavirose, uma doença grave e letal, transmitida por ratos silvestres. A orientação, divulgada na noite do dia 14 é especialmente direcionada aos profissionais de saúde da região Oeste do Pará, onde nos últimos três anos foram registrados 17 mortes por hantavirose, sendo 14 em Novo Progresso, uma em Oriximiná e duas em Itaituba, todas na zona rural.
A Sespa pede atenção, pois os
sintomas (febre, dor de cabeça, dores no corpo, tosse seca, mal estar geral e
dificuldade respiratória) podem ser confundidos com os de outras doenças como
dengue, leptospirose, hepatite, malária e outras doenças íctero-hemorrágicas.
Por isso é preciso um diagnóstico específico laboratorial e imediato realizado
por profissional capacitado.
Acontece que, apesar da semelhança
dos sintomas, o tratamento é totalmente diferente. Nos quadros de hantavirose
não se deve hidratar o paciente, como ocorre em casos de dengue. Não há vacina
ou medicamento específico para hantavirose. As únicas medidas capazes de evitar
o óbito são o diagnóstico precoce e o manejo clínico adequado.
A pessoa com suspeita de
hantavirose deve procurar imediatamente uma unidade de saúde, para o primeiro
atendimento e coleta de material para sorologia e oferecido atendimento de
suporte para controlar os sintomas, como a falta de ar, que é o mais grave. Se
houver necessidade, o doente será transferido para uma Unidade de Terapia
Intensiva (UTI).
Já aos profissionais de saúde,
orienta-se que, ao detectarem a doença, devem investigar o caso “in loco”, abrir
ficha de notificação, definir local provável de infecção (LPI), colher material
de contatos e suspeitos na região e remeter tudo para o Instituto Evandro Chagas
(5 ml de soro ou sangue total congelado, sem anticoagulante).
De acordo com o GT-Zoonoses da
Sespa, a situação continua preocupante nesses municípios, e está se agravando em
Santarém, Mojuí dos Campos, Belterra e Trairão, devido ao aumento na produção de
grãos e pastagens, que atraem roedores silvestres. Nos municípios de Trairão e
Rurópolis um inquérito sorológico também apontou a circulação do vírus em
humanos. Segundo o veterinário do GT-Zoonoses, Fernando Esteves, alguns fatores
favorecem a proliferação da doença, como o desmatamento que vem sendo realizado,
principalmente no oeste paraense, modificando o bioma de cada região; a expansão
do agronegócio, com aumento das atividades agrícolas e da pecuária, e o pouco
conhecimento sobre a história natural da doença no Pará e em todo o
Norte-Nordeste. “O homem derruba as árvores e planta grãos. Isso faz com que os
ratos silvestres venham atrás de comida nas casas e locais de armazenamento”,
explicou o veterinário.
EM NÚMEROS
84 Casos de hantavirose foram registrados nos últimos seis anos no Pará, com 44 óbitos, a maioria na zona rural de Novo progresso e Altamira.Fonte:Diario do Pará
Publicado
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